Mais uma vez a ópera tem lugar nesta página, desta vez porque consegui mostrar um pedacinho do espetáculo que tenho assistido todos os meses, a apresentação do Projeto Ópera-Café, no Centro da Cultura Judaica. A descrição deste projeto encontra-se nos posts abaixo, de 18/julho e 21/junho/2008.
Nabucco, de Giuseppe Verdi é um tema bíblico e conta a história da invasão de Jerusalém por Nabucodonosor, e o êxodo do povo hebreu, escravizado na Babilônia.
Reproduzo aqui o que garimpou Iacov Hillel, o diretor geral e de iluminação do projeto pelo "Libreto de Temistocle Solera":
"O que considero mais importante na temática de 'Nabucco' é a guerra das religiões. A luta pelo poder através da religião está aí até hoje. É um assunto atual. A música é de uma angústia tremenda. Verdi, quando compôs Nabucco, sofria a pior das dores: a morte de dois filhos e da mulher. Sua angústia e a procura desesperada por uma explicação para a imensa perda são elementos da força quase brutal da partitura de Verdi. As orações e as preces, de que 'Nabucco' também está repleta, revelam ainda o desejo de elevação do espírito."
"Va pensiero", o famoso coro dos prisioneiros, cujo tema é a saudade de Sion, a terra natal. Essa música coral foi adotada como hino pelos italianos na luta pela unificação da Itália, então sob o domínio austro-húngaro.
Quantas vezes eu já cantei esta música com o extinto "Coral São Manuel", sob a regência da saudosa Dona Carminha. Si, va, pensiero...
Va pensiero sull'ali dorate./Va', ti posa sui clivi, sui coll,/ove olezzano tepide e mollil'aure/ dolci del suolo natal!Del Giordano le rive saluta,/di Sionne le torri atterrate./O mia Patria, sì bella e perduta!/O membranza sì cara e fatal!/Arpa d'or dei fatidici vati,/perché muta dal salice pendi?/Le memorie del petto riaccendi,/ci favella del tempo che fu!/O simile di Solima ai fati,/traggi un suono di crudo lamento;/o t'ispiri il Signore un concentoche/ ne infonda al patire virtùche/ ne infonda al patire virtùal patire virtù!/
(Vá, pensamento, sobre as asas douradas/Vá, e pousa sobre as encostas e as colinas/Onde os ares são tépidos e macios/Com a doce fragrância do solo natal!/Saúda as margens do jordão/E as torres abatidas do sião./Oh, minha pátria tão bela e perdida!/Oh lembrança tão cara e fatal!/Harpa dourada de desígnios fatídicos,/Porque você chora a ausência da terra querida?/Reacende a memória no nosso peito,/Fale-nos do tempo que passou!/Lembra-nos o destino de jerusalém./Traga-nos um ar de lamentação triste,/Ou o que o senhor te inspire harmonias/Que nos infundam a força para suportar o sofrimento.)
(As informações acima, com exceção da letra e tradução foram tiradas do livreto do Projeto Ópera-Café)