sábado, 21 de junho de 2008

Verismo

A segunda temporada do Ver@cidade mal começou e já está se tornando um egoblog. Isto porque depois do deleite com o poema da Aninha Dundes do Mentiras Sinceras, vera ainda continua o tema principal.

É que achei bem interessante esse movimento (por que será não?) que descobri existir, assistindo à Ópera-café, na Casa de Cultura Judaica.

Verismo, verum, verdade.

O verismo é uma corrente literária italiana surgida no final do século 19 a partir das obras de escritores e poetas italianos baseada num conjunto de fundamentos realistas. Nasceu sob influência do positivismo e seus princípios de fé na razão e na ciência, no método experimental e nos instrumentos infalíveis da pesquisa. Tornou-se um estilo de ópera italiana. Este destaca-se pelo realismo, por vezes até sórdido e violento, das descrições da vida cotidiana, especialmente das classes sociais mais baixas, rejeitando os assuntos históricos, míticos e grandiosos do Romantismo. Há quem considere que a ópera precursora do Verismo foi Carmen, de Georges Bizet (1875).

No entanto, a ópera que assisti, surgida desse movimento, foi Tosca, de Giacomo Puccini, cuja história se passa em Roma, em 1800. Em meio à Revolução Francesa, amores, desejos e intrigas culminam na tragédia.

Na Casa de Cultura Judaica, a proposta de apresentação é bem diferente, pois a ópera não se passa no palco, distante dos espectadores, mas sim em meio a eles, na cafeteria. É como se fizéssemos parte do espetáculo, pois os artistas correm em meio ao público. O diretor musical faz a narração do espetáculo antes dos atos e vai antecipando a história, principalmente porque é difícil entender o texto através do canto. Basta então apreciá-lo, junto à música e a interpretação.


Estou gostando muito de assistir a essas óperas neste formato. Já assisti Dom Giovanni, de Mozart, Dido e Aeneas, de Purcell e agora Tosca. Surpreendi-me com os artistas, maravilhosos. Que vozes ao meu lado! Pretendo não perder as próximas.

Abaixo um trecho da ópera Tosca que garimpei no you tube, com a famosa Maria Callas:



Esta parte foi muito emocionante, posso dizer mesmo, o ponto forte, em que os meus olhos, poderosos guardiões do espírito, se curvaram às águas, tanta a beleza.

5 comentários:

Anônimo disse...

E a cada aprendizado, no comando do constructo de nosso conhecimento, um sentimento de completude. Um tremendo achado esta programação operística! Que ela descortine tua curiosidade e traga mais posts interessantes como este. Verismo! Puxa! ver Carmen seria experiência pra encher os ouvidos, não? A grande dama Maria Calas!...muito bem compartilhada. Fiquemos no aguardo. Veritas, verum, veracidade!

ana dundes disse...

só podia ser: de veras...rs
eu também quero ver!!!!
Quem foi que disse que nos professores não somos seres pensantes, imaginativos,criativos? Vera é prova viva...
Beijo e obrigada pela visita!

Anônimo disse...

Ego!...refletindo sobre o tema, insights/clarões me incendeiam. E não é que os nossos pensamentos e falas só tem a ver é conosco mesmos. Quando estamos a discorrer/julgar algo é sobre nós mesmos que estamos a retratar. Daí que o 'ainda2' revela minha pessoazinha, poetiquinha neste planetinha. Egoscópio, Egosfera, Esgosimperma e o que mais vier. Tudo de muito bom gosto por aqui. Tô gostando muito!

Ver@cidade disse...

Didaticamente resolvi separar os links, aí percebi o quanto de páginas fui arrumando e você, Elizabeth, é um pouco responsável por isso, pois mal descobre uma, vai me chamando, e vamos construindo... Mostrar-se, acaba ficando na ordem do dia. E lá vai crescendo a egosfera.

Regina Célia disse...

Linda dica! Boa egotrip, vou querer ir numa dessas experiências maravilhosas tb. Seu blog está uma delícia, parabéns!