sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Bienal

Ontem visitei a 29ª Bienal de São Paulo, no Ibirapuera. Um privilégio para os professores visitá-la antes mesmo da abertura ao público, que se dará no dia 25 de setembro. Confesso que fui com uma expectativa baixa pelo fato de estar saturada nos últimos tempos da "política", tema do evento e também de estar cansada de andar horas por grandes espaços expositivos.

Mas a arte, ah, a arte, sempre supreende, provoca, invade nossos espaços sensoriais. Ela vai reinventando velhos temas, foge dos limites, é um grande mar, sempre imprevisível do que vai trazer em suas ondas.

Andei pelos pavilhões da Bienal com muito prazer, claro que foi um mar de diferentes sensações, mas no resumo gostei das obras, fotografei algumas. Mérito para esta bienal: é permitido fotografar! Ufa, finalmente eles fazem o que pregam: LIBERDADE! Claro que pedem para não usar o flash, o que concordo plenamente, pois além de não afetar os materiais, o mais interessante é utilizar a iluminação da própria peça ou instalação.

Em termos de liberdade de expressão, talvez a obra mais polêmica da mostra seja a do artista Gil Vicente, quem tive a sorte de encontrar lá e gentilmente posou para fotos do batalhão de professores que o rodearam.

Sua série de autoretratos matando personalidades conhecidas do mundo institucionalizado me passou uma sensação um tanto ambígua. Por um lado uma profunda desilusão do cidadão (representado pelo próprio artista) com esse mundo e descrença em qualquer mudança através de seus líderes. Por outro, no rosto dos pretensos assassinados, uma reação como se fosse uma resposta ao cidadão, variando de uma personalidade a outra, desde a completa insensibilidade da Rainha Elizabeth II à dor de Lula.

É certo também que essa obra levantou uma questão entre os professores de qual seria a leitura dos alunos e como dialogar com ela para ampliar o conhecimento, a percepção de mundo, a consciência. O tempo foi muito escasso para qualquer debate. Sendo assim, cada um seguiu em frente com essa forte provocação feita pelo artista.

Visite a Bienal, vale a pena, de 25 de setembro a 12 de dezembro, no Parque do Ibirapuera, em São Paulo.



sábado, 28 de agosto de 2010

Twittosfera

"Só podemos realmente ter opiniões imparciais, quando se trata de coisas que não nos interessam. "
Oscar Wilde

Cáustico, como sempre!

Peguei esta frase no Twitter de um entre os tantos e tantos que sigo por lá. E como se pode entender este pensamento frequentando a twittosfera, onde o interesse momentâneo de cada um vai aparecendo e nos carregando para os interesses mais profundos deles, se for do nosso interesse, é claro.

Eu confesso que não sou fã incondicional do Twiter, só apareço lá de vez em quando, embora reconheço que é bem legal saber das coisas por lá, algo pessoal, quase uma fofoquinha, e também aquilo do seu interesse pessoal, cultural, esportivo, de lazer, político, enfim, o caminho que você mais gostar.

Como ultimamente tenho saído mais à imagem do que às palavras não vou ficar discorrendo aqui mais sobre este tema, mas apenas mostrar a minha caneca com a bebida anestesiante de dia sim, dia outro, que enfio goela abaixo.

As carinhas abaixo são daqueles que estou "following" no Twitter.



Você pode fazer sua caneca aqui
 conforme dica da Re, minha amiga, no Buzz, do gmail.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Lua de São Manuel

Um amigo do site de fotografias escreveu sob uma das imagens que fiz da lua: "We are all under the same moon, nice to know..:)". Esse comentário me fez lembrar de minha filha quando pequenininha. Por serem tão puras e falarem o que realmente sentem, as crianças nos proporcionam momentos de intenso prazer como este que passei com a Nathalia certa vez em que estava assistindo TV. Me lembro que era o mes de julho e o programa "Globo Repórter" estava fazendo uma comemoração da chegada do homem à lua. Eu gosto muito deste tipo de programa e estava muito interessada em assistir pela milionésima vez a pisada de Armstrong na lua. Então, chamei com insistência a atenção da Nath: "Nathalia, venha ver, venha ver, o homem pisando na lua, o homem foi na lua..." Ao que ela respondeu, "mamãe, mas em que lua que ele foi, na de São Paulo ou na de São Manuel?" Naquele momento perdi totalmente o interesse pelo homem na lua e passei a desfrutar intensamente daquela ingênua pergunta como algo único no universo infantil.

Então, tantos anos depois (talvez 15,16) mostro aqui a lua de São Manuel. Para você Nathalia!


Lua vista de São Manuel, uma pequena cidade no interior do estado de São Paulo onde eu nasci, no dia 17 de julho de 2010, às 18:04.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Solstício de inverno


Foi hoje, às 8:28 h. A palavra solstício vem do latim sol (Sol), e sistere (que não se move). O solstício de inverno ocorre "quando o sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador." Isso marca o início do inverno no hemisfério sul e o dia mais curto do ano.

Hoje a noite chegou mais cedo. Esta foto tirei à tardinha, exatamente às 17:13:33 h, da cobertura do prédio.

Veja mais fotos:

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Novo brinquedo


Uauuuu, finalmente comprei o que estava querendo há um tempão - um tripé. Se é coisa de fotógrafo profissional? Pode até ser, mas depois que fiz um workshop com o Marcos Camargo, um fotógrafo incrível de cinema, e aprendi a fazer stopmotion, senti ainda mais vontade de comprar um.
Já tive minha experiência com animações em desenho, a qual gostei muito. Mas com foto, como no último workshop, foi a primeira vez, e muito divertido. Stopmotion é uma sequência muito rápida de fotos que mostra o movimento, na verdade o princípio do cinema. Adoraria fazer uma série dessas com o nascer e pôr-do-sol. Agora tenho o meu tripé e posso fazer. Só falta ir pra praia, pois em São Paulo... bem, talvez no Ibirapuera, mas o sundown ficará comprometido com os prédios!

Olha ele aí:

Meu stopmotion: sem tripé

- foram 325 fotos e eu utilizei a grade da varanda como suporte para a câmera.

sábado, 29 de maio de 2010

Part of me

.
Gostei deste título. Roubei de uma música muito legal de um grupo argentino do qual assisti um espetáculo inédito inspirado na obra mágica de Jorge Luis Borges. Foram feitas a leitura e interpretação musical de poemas e textos em prosa. Ao final da apresentação comprei o CD, muito lindo, do qual roubei uma das músicas para o meu video. Este, resultante de minhas caminhadas pela praia com a câmera na mão, ganhou um perfeito brilho ao som daquele tango. Escolhi um dos poemas de Borges, sintonia perfeita para este momento.



O espelho a minha frente é coisa muda,
Mas de sua mudez ele me fala:
...
A imagem alheia do outro lado
Me contempla longínqua e interrogante,

Parte de mim, em mim multiplicada,
E posta fora do que sou, textura

De outra pessoa, de outro sonho e forma
(No largo sono de um deus tranqüilo,

A voz se cala e deixa que o cristal

A memória de um vago ser recrie)

Ilusória assim como qualquer cifra.

Existimos, inúteis, refletidos.

Um teatro de sombras, sigiloso:

O que somos, em nosso alto crepúsculo.
*
Jorge Luis Borges
*
*